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DRA. LÚCIA RIBEIRO, AO CAOS NÃO QUEREMOS IR…
A Veneranda Juíza do Conselho Constitucional, a Profa. Dra. Lúcia Ribeiro, pelo que se disse, ontem, em mais uma Live do cabeludo, tem a faca e o queijo na mão para decidir sobre a nossa condição humana para os próximos cinco anos. Coitada de si, Sra. Veneranda! Imagino que não seja fácil ter as chaves para libertar os 34 milhões de moçambicanos, mas, ao mesmo tempo, ter as chaves para os trancar no precipício da desgraça, no ‘vale da sombra da morte’, no terrível e abominável marasmo. A Sra. Veneranda tem, paralelamente, as cartas para uma jogada vencedora e para um fim inglório de um jogo com tudo para terminar aos sorrisos.
Dra., não sei se tens acompanhado as Lives, mas duvido muito que percas uma sequer, mesmo ocupada a recontar os votos. É que, a esta altura, nem as telenovelas mexicanas são mais fascinantes que aquelas sessões facebookianas. Ora, se não for a Sra. pelo menos os seus outros juízes não perdem aqueles episódios frenéticos que sempre terminam com abraços e beijos. Mas bom, prefiro pensar que a Sra. esteja mesmo ocupada ou que não assiste às Lives para não seres influenciada. Se assim for, eu faço o resumo do que se disse ontem sobre si: a Sra., infelizmente, tem o dedo na ponta vermelha da bomba e, na segunda-feira, pode apertar para o país explodir de vez ou deixar a bomba de vagar no chão e a polícia evacua-la para o meio do mar e lá cumprir o seu destino, sem vítimas e nem desgraças.
É que, Sra. Veneranda, o tal propalado Turbo V8, deves ter ouvido falar, não será mais anunciado nos termos que se projectava. Agora, será a senhora a decretá-lo ou, se o seu bom-senso falar mais alto, sairemos à rua na terça-feira tranquilos e serenos, prontos para arrumar o país que está às cambalhotas há 50 anos e que, nesta última década, virou um dumba-nengue autêntico, estando no auge do subdesenvolvimento.
Dizem que a Sra. é muito inteligente. E eu ponho a minha mão no fogo pelas suas habilidades científicas, mas também humanas, porque a senhora é uma mãe e eu acredito que sente a dor dos jovens que partiram nestes tumultos. Eu acredito que sim. Aliás, prova disso é que, ano passado, num golpe de mágica, devolveu o Município de Quelimane ao Mano Mané. O que signica que a Sra. pode colocar este país há muito empenado nos carris; a Sra tem o pé no pedal para travar o caos; a Sra é a mais alta defensora do exercício democrático, a única com soberania para fazer cumprir o ditado “dar ao César o que é de César” e, daí, devolver a ordem humana que nos últimos tempos anda escamoteada.
Na segunda-feira, no dia da leitura do acórdão, deixa de ser uma segunda de ressacas e petiscos. As senhoras do Fajardo e Xipamanine estão dispensadas de preparar o antídoto dos bêbados. Queremos, prezada Veneranda, nos deliciarmos das suas palavras ungidas de verdade eleitoral até toda a febre alcoólica desaparecer. No Patrice, Maxaquene, Zimpeto, Inhagói e Ressano Garcia vamos esticar os tecidos brancos e projectar o seu rosto. As colunas gigantes, de grandes farras, vão se encarregar de ampliar a sua voz. Portanto, Veneranda, a segunda é toda sua, é o seu palco iluminado, é onde vai brilhar, traduzindo os 300 quilos que sufocaram as vidas de Elvino Dias e Paulo Guambe.
Dizem também, Sra. Veneranda, que aqueles com problemas sérios de audição, que podem ter dificuldade de entender o conteúdo dos 300 quilos das suas casas, podem aproximar-se ao Museu e ouvirem de perto. Aconselho que deixe as janelas da mesma sala que recebeu o Sr. Forquilha, há dias, abertas. Sei que a Sra. não suporta o calor desta cidade e não dispensaria por nada a fresquidão do ar condicionado, mas faça esse sacrifício pelos que estarão aí fora, para terem a informação genuína, vai daí que a TVM distorce o seu discurso e nos confunde.
Portanto, caríssima Veneranda, vamos, a partir da quinta-feira, orar por si e por todos Shottas que definharam no meio desta luta de apitos e vuvuzelas, a ver se o nosso bom Deus coloca a mão sobre a sua idoneidade e dos outros seis juízes-conselheiros para que, finalmente, seja entregue o país (roubado aos bocados) ao legítimo povo.
E sobre o bispo? Deves estar a perguntar-te incansavelmente e nem o sono te acompanha nas últimas noites. Mas faz assim, ainda que difícil, esquece! Só se lembre do seguinte: ao caos, não queremos ir…
Crédito: VM7 Channels