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JUÍZES DO CONSELHO CONSTITUCIONAL: ENTRE SER HERÓIS & KAMIKAZES |
Kamikaze é um termo japonês que significa "vento de Deus". Foi o nome atribuído a um tufão que, segundo os japoneses, teria salvado o Japão aquando da invasão pelo Império Mongol. Kamikaze também ficou conhecido por se referir a um grupo de pilotos suicidas na Segunda Guerra Mundial. Esses pilotos realizavam ataques suicidas por aviadores militares do Império Japonês contra navios dos Aliados, para destruir o maior número possível de navios de guerra. Eles arremessavam seus aviões contra os navios inimigos, eliminando probabilidades de salvamento.
Os aviadores japoneses tinham a cultura de que a derrota ou o fracasso em sua missão era motivo de desonra, não hesitavam em executá-las da melhor forma possível. Além do mais, o Japão não reconhecia a existência de prisioneiros de guerra. Isso significa que, para os kamikazes, a captura pelo inimigo era muito mais temida que a morte.
A Segunda Grande Guerra terminou em 1945, portanto, há 79 anos. Volvidas essas quase oito décadas, Moçambique também tem um Conselho Constitucional cujos membros andam armados em juízes kamikazes. Aparentemente têm uma deliberação a fazer, no dia 23 de Dezembro de 2024. Todavia, na prática, têm eles um denotador que pode bombardear todo um país, lançando-nos a todos nós em um caos nunca antes visto.
Os que fazem a maldade como hábito, podem chegar ao perigoso estágio de se anestesiar ao mal, de tal maneira que percam a noção do mal que as consequências dos seus actos lhes reservam. Não que as situações geradoras de mal-estar social sejam de todo aprazíveis. Mas os acontecimentos dos últimos anos têm sido testemunhas de quão os moçambicanos de hoje são capazes de ir ao céu, fazer descer as nuvens, e com elas enxugar as lágrimas que há mundo lhes inundam os rostos. É redundante afirmar que quando a justiça não se alinha às leis no papel, a sociedade cai nas mãos da justiça popular.
O recado a dar aos juízes do Conselho Constitucional, o que talvez soe como ameaça, é que eles têm uma oportunidade cósmica de se sagrarem heróis. Tudo de que precisam é dar voz à verdade eleitoral, que até agora tenta ser silenciada por aqueles que há meio-século a mantém cativa. O que nunca se deve desfazer das suas cabeças é que se se fizerem de Kamikazes, a vontade do povo morrerá e eles irão junto, pois também não vão escapar. Mas, se corajosamente optarem pelo heroísmo, serão perseguidos por uns poucos indivíduos maus, e protegidos por Moçambique e pelo Mundo inteiro, que também clama pela justiça.